NÓS HERDAMOS CONHECIMENTO DE NOSSOS PAIS? A INTELIGÊNCIA É HERDADA? ELA É HEREDITÁRIA?

Afinal de contas o nosso conhecimento, é só empírico, ou seja, conhecimento acumulado que fomos  e vamos adquirindo em nosso dia a dia ao longo de nossas vidas?  Ou também herdamos geneticamente a inteligência,  o conhecimento ou o desconhecimento que nossos pais adquiriram ao longo de sua vida até a nossa concepção ou nascimento, pesquisamos em duas fontes sobre o assunto, a revista super interessante e o Portal da Educação.

Vamos primeiro ver o que diz a pesquisa da Revista Super interessante matéria atualizada em Outubro de 2016:

O escritor Alexandre Dumas, de Os Três Mosqueteiros, é pai do escritor Alexandre Dumas, de A Dama das Camélias. Isso prova que o talento está nos genes? O cantor Xororó é pai de uma dupla que faz mais sucesso do que ele – Sandy e Júnior. Prova cabal de que não só a voz, mas também a empatia com o público estão gravadas no DNA? Então, como explicar que Leopold, um esforçado violinista austríaco, tenha gerado Mozart? Que mistério separou Pelé, o maior jogador da história, de seu filho Edinho, um goleiro no máximo dedicado. Afinal, talento, inteligência e mesmo comportamento passam de pai para filho? Como? Pelos genes, como a cor dos olhos e a calvície, ou pela convivência familiar? O que teria tido maior influência na formação do escritor Luís Fernando Verissimo: o DNA ou a biblioteca do pai Érico?

A polêmica é velha, mas está atualizadíssima por novos estudos da neurociência e da genética comportamental, que tornaram quase inegável a tese de que o que há dentro da nossa cabeça sofre influência dos genes. No entanto, tem muita gente que ainda não está convencida.

Não é à toa que esse papo de inteligência ser hereditária gera polêmica. A crença na hereditariedade de traços intelectuais deu origem a muitas tragédias no passado. Tudo começou no século 19, logo após Charles Darwin publicar A Origem das Espécies. Seu primo Francis Galton aplicou a teoria da seleção natural para humanos, criando a infame teoria eugênica. Imaginou algo que hoje dá medo: a possibilidade de aprimorar a raça humana com cruzamentos genéticos planejados. Nessa época, “cientistas” saíam pela África com colete de caçador e cachimbo, medindo crânios, para disparar conclusões deste tipo: os europeus são mais inteligentes que os africanos porque têm o cérebro dois centímetros maior. Era o ápice da crença na inteligência como parte da natureza, inata e portanto imutável. Acontece que, por trás das mãos precisas, munidas de régua e embasadas pelo imparcial discurso científico, estavam os preconceitos da época. As pesquisas partiam do princípio de que a raça branca fosse superior .

Muitos desastres (como a segunda guerra mundial por exemplo em que os alemães através de Adolf Hittler aterrorizou a europa com a esdrúxula suposição da superioridade da raça ariana) no decorrer do tempo deram um mau nome para a genética e a tese de que o talento passa de pai para filho passou a ser identificada como antidemocrática e preconceituosa. Hoje, entretanto, a própria ciência oferece substrato para o multiculturalismo e a tolerância racial. Sabe-se que a diferença de DNA entre dois brancos pode ser maior que entre um negro e um branco. A mal falada genética comportamental deu o braço a torcer e admitiu que os genes só apontam tendências, agindo em interação com o ambiente, e não impondo destinos inexoráveis. “As influências genéticas no intelecto existem, mas estão mergulhadas na interação entre genes, psicologia e desenvolvimento. Não são diretas, nem irreversíveis, nem inescapáveis, nem inevitáveis”, diz o cientista alemão Volkmar Weiss.

Uma pesquisa de neurocientistas americanos e finlandeses, de dezembro de 2001, avançou muito na questão da falta de ligação entre hereditariedade e inteligência. O estudo comparou dez pares de gêmeos idênticos e dez pares de gêmeos fraternos. Todas as 40 pessoas, na idade entre 33 e 51 anos, passaram por testes de QI e exames cerebrais de ressonância magnética. O resultado: 95% dos gêmeos idênticos – com exatamente o mesmo genoma – alcançaram níveis de QI muito semelhantes.

Já entre os gêmeos fraternos – que compartilham metade dos genes – isso aconteceu com só 60% deles. Bateu direitinho com o que os geneticistas esperavam: quem tinha genoma igual tirou nota quase sempre igual; quem tinha genoma 50% igual tirou nota 50% diferente. Outra coisa: os pares que se deram bem nos testes de QI tinham, segundo os exames de ressonância magnética, a região do córtex frontal do cérebro (área acima dos olhos) e regiões de processamento da linguagem maiores e mais desenvolvidas. Ou seja, a inteligência parece mesmo estar associada, senão ao tamanho do crânio, pelo menos à quantidade de massa cinzenta.

Isso não significa que quem tem um lóbulo frontal mais desenvolvido está com a vida feita – nem que os recrutadores do departamento de recursos humanos deveriam admitir o pessoal analisando radiografias do cérebro. Primeiro, porque o que se herda, segundo a pesquisa, é a capacidade de ser inteligente, e não a inteligência em si (as potencialidades precisam interagir com o ambiente). Segundo, porque o que se chama de nível de QI não é a medida da capacidade em todas as técnicas e áreas de conhecimento.

QI mediria o raciocínio lógico, que ajuda as pessoas a irem bem na escola, mas não as torna mais criativas. “Nossa pesquisa mostra que os genes determinam os limites”, diz Paul Thompson, professor da Universidade da Califórnia e coordenador do estudo. Quer dizer então que não é certeza que um casal talentoso gerará apenas gente talentosa?

Não. E quem pode negar essa hipótese com autoridade é a estudante Ann McMillan Nunes, 19 anos, americana de Santa Clara, Califórnia. Ela é fruto do Repositório de Escolha Germinal, um banco de esperma criado em 1981 por um magnata californiano chamado Robert Graham.

Usando apenas o esperma de vencedores de Prêmios Nobel e óvulos de mulheres de alto QI, Graham pretendia criar uma geração de gênios. Ann, nascida a partir de um espermatozóide de Edwin McMillan, Nobel de Química de 1951, deveria ser um deles. “Eu me considero uma pessoa inteligente e feliz, mas não mais inteligente nem mais feliz que a média”, diz ela.

A saída que os neurocientistas encontram para explicar casos assim é que as influências do DNA no intelecto não são determinadas pelas simples leis mendelianas – de genes recessivos e dominantes, que a gente aprende na escola. As tendências seriam poligênicas, determinadas pela combinação de vários genes. Ou seja: para a ciência, caracteres intelectuais podem ou não passar de pai para filho – depende das complexas e imprevisíveis combinações de um monte de genes.

O assunto desperta paixão porque acerta em cheio na concepção do ser humano. Tem gente que acha que o homem é único, contraditório, imprevisível, não um robozinho determinado pelos botões do genoma. Outras pessoas fascinam-se com esse complexo mecanismo bioquímico e interpretam como uma vã rebeldia a vontade do homem de se achar maior que ele. A essência da vida são as experiências adquiridas ou a longa cadeia de DNA? Tudo indica que não seja nem um nem outro, mas um pouquinho de cada.

Agora vamos a matéria do Portal Educação:

Os geneticistas do comportamento demonstram que a hereditariedade específica afeta uma gama notavelmente ampla de comportamentos. Segundo eles, além das características físicas, como cor de olhos, tipo sanguíneo, altura, magreza, obesidade, são claramente herdadas. E os fenótipos para traços mais complexos relacionados com a saúde, a inteligência e a personalidade estão sujeitos tanto a forças hereditárias quanto ambientais).

Mesmo que um traço seja fortemente influenciado pela hereditariedade, o ambiente pode muitas vezes ter um impacto substancial, uma vez que as influências genéticas raramente são imutáveis.

Estudos mais recentes referem-se à influência da genética ao comportamento patológico, como o alcoolismo, a esquizofrenia, a agressividade excessiva, a anorexia entre outros.

Os geneticistas do comportamento descobriram uma significativa influência genética sobre o temperamento da criança, incluindo dimensões de emocionalidade (a criança que é calma, emas que são nervosas), a atividade e ao grau de sociabilidade.

Em relação ao estudo da adoção, observamos as semelhanças entre crianças adotadas e suas famílias adotivas e também entre crianças adotadas e suas famílias biológicas. Quando as crianças adotadas são mais semelhantes aos seus pais e irmãos biológicos quanto a um traço particular (como a obesidade), vemos a influência da hereditariedade. Quando se parecem mais com suas famílias adotivas, vemos a influência do ambiente. Alguns estudos, como o Projeto de Adoção Colorado, comparam a semelhança entre irmãos adotivos com a semelhança entre irmãos geneticamente relacionados.

É importante observarmos, que a genética ou a hereditariedade tem uma forte contribuição e influência para o desenvolvimento humano, porém não é determinante para caracterizar o comportamento do indivíduo. Não podemos ignorar o fator ambiente, que muitas vezes acaba sendo mais intenso na influência psicológica do indivíduo do que propriamente a hereditariedade.

Exemplo: Uma criança que cresce em um ambiente hostil tem a tendência de no futuro desenvolver esse tipo de comportamento ou também existe o inverso, por perceber tanta hostilidade, acaba se comportando da forma inversa, por não se identificar com aquele tipo de ação. Outro exemplo: Uma criança que desde pequena vivencia o pai bebendo e causando transtornos para a família, quando se torna adulta, pode ser que ela tenha aversão a bebida ou que se torne alcoólatra que nem o pai. Nesse caso, a hereditariedade pode ou não se desenvolver, pois existe a questão do livre-arbítrio (Cada ser humano tem uma possibilidade de escolha, de agir ou não agir de tal forma, ou procurar a ajuda necessária para não desenvolver um tipo de ação que não seja funcional para sua vida).

Mesmo dentro desta lógica, ainda se discute muito sobre os efeitos da hereditariedade e do ambiente. O mais importante é refletirmos que os seres humanos continuam a se desenvolver por toda a vida e o desenvolvimento geralmente reflete uma combinação das duas forças. Além disso, os mecanismos pelos quais o ambiente atua não podem ser descritos com a mesma precisão com que se podem descrever os mecanismos da hereditariedade. Tampouco se podem fazer comparações controladas, uma vez que duas crianças nunca, nem mesmo gêmeas criadas na mesma casa, têm exatamente o mesmo ambiente.

Atualmente, a maioria dos psicólogos do desenvolvimento vê o relacionamento entre os fatores ambientais e genéticos como interligados.

Bom por fim faço a seguinte indagação, você já parou pra pensar como as crianças de hoje são mais “espertas” parecem que já nasceram conectadas, pois tem uma facilidade em lidar com a tecnologia por exemplo, mais do que nossos pais e até mais do que nós.  No meu caso por exemplo, eu tenho uma filha de 14 anos, que sobre as tecnologias atuais, como Smartfones, computadores e Smartvs, eu precisei explicar pouca coisa pra ela, parece que ela já nasceu com a predisposição  a aprender de maneira fácil ou até descobrir como funciona aquele aparelho por conta própria, lembro dela com 7 anos de idade mexendo no tablet que eu dei pra ela com uma facilidade tremenda, e sempre me perguntei, como essa menina aprendeu isso, de onde vem esse conhecimento?  Outra situação, sempre ouvi minha mãe falar, Ah, vc não me puxou, puxou o gênio do seu pai, esse gênio a que ela se refere, não quer dizer que ela achava meu Pai um Einstein ou coisa parecida, esse “gênio” que ela falava e fala até hoje, quer dizer temperamento, ou seja meu “gênio”, temperamento, era ou é semelhante a de meu pai.

É por essas e outras que acredito e defendo a tese, que como seres humanos, estamos em constante evolução, e no momento em que atingimos nosso ciclo de vida e praticamos o ato sexual que por fins biológicos tem a incumbência de gerar novas vidas, tanto o homem como a mulher dotam esse novo ser humano com conhecimentos adquiridos ao longo de suas vidas até aquele momento, ou seja herdamos a inteligência ou burrice de nossos pais. Você pode pegar por exemplo, um filho de um casal humilde sem muito conhecimento, e outro de um casal com notório conhecimento, esse segundo menino, tende a ser mais “esperto” que o primeiro, pelo menos é o que penso.

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